26/10/2020
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Em Travessia e Sopro, o segundo livro de poemas de Bruno Ribeiro, a palavra toca a água com precisão. Ou seria a água o que molda os contornos e os versos? Palavra nascente – música dilatada. É possível ver nuances de sol no corpo, a arte suntuosa dos corais, um espelho invertido – o outro lado. Bruno percebe e parece nos dizer dos descaminhos, a casa – sente a resiliência do corpo, na náusea e prazer do dia a dia. Põe seu bloco na rua e dança no calor alto das alamedas, recomeça e refaz a paisagem. Vemos o poeta traduzindo as cenas mais cotidianas, o abismo cego e distraído do caminho – “deita água sobre a centelha/ e deixa, espera esfumaçar”. O que ouvimos? Os grilos, o sopro da travessia, ou seriam palavras de água? Ou silêncios? Palavra! E a chuva caindo fininha nos pés descalços.
Natália Agra
Jean Albuquerque entrevistou Bruno Ribeiro a respeito do lançamento de Travessia e Sopro. Você pode conferir a entrevista aqui: a poética de Bruno Ribeiro.
Em 2016, Bruno foi entrevistado, também por Jean Albuquerque, para uma série de entrevistas feitas pelo escritor e jornalista com escritoras e escritores de Alagoas. Essa conversa, você pode lê-la aqui: a poesia musicada de Bruno Ribeiro .
Quando do lançamento de seu primeiro livro, o site Alagoas Boreal chamou a atenção para sua “poesia musical e madura”.