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E aqui, você pode clicar para para ler texto do Nilton sobre o processo de revisão do livro e a preparação desta segunda edição.
❝E percebes o engano de achares que era o outro estendido sob o corpo da água — que o mar, que tu fizeste, sobre ele mesmo é vaga. E se afoga nele, sempre, todo o que incauto nada: vela, proa, leme, lume, todo propício aparato; braço e perna e nado é nada. ❞
Manual do como manusear
Em Diabolô, primeiro livro de contos de Nilton Resende, o terrível se arrasta com a languidez de uma velha serpente. Somos expostos, sem defesa, ao momento definitivo: nas crianças que mentem (e moem pó de vidro); nos mulungus que se evolam na imaginação de um menino. Somos obrigados àquele curso, o da serpente langorosa, e conduzidos com requinte ao inoculado veneno. Levados, sim, por Resende em seus labirintos, teias de linguagem acurada, em que o simbólico avulta e nada se concede; infância e inocência, no dédalo, perdem-se. Personagens, como nós, vencidos pelo oculto, sem Ariadne a indicar o caminho de volta. Quase cegos. Por detrás de portinholas e frestas, o bote é cálculo preciso: da inocência perdida, da infância cindida, nada se recupera. Separamos, fio a fio, os cabelos da Medusa.
Brisa Paim
No lançamento da segunda edição de Diabolô (revisada pelo autor), o jornalista e escritor Jean Albuquerque entrevistou Nilton Resende e colheu depoimentos de escritores a respeito do livro. Você pode ler entrevista e depoimentos aqui: a tecitura de Diabolô.
Com textos produzidos durante um espaço de quinze anos, Diabolô, vencedor do Prêmio Lego 2009, na Categoria Contos, foi publicado pela primeira vez em 2011, pela Editora da Universidade Federal de Alagoas/Edufal. Esgotado há alguns anos, ele foi novamente publicado agora em 2020, após ser revisto pelo autor.
Quando do lançamento do livro em sua primeira edição, o saudoso crítico literário Alfredo Monte colocou-o como um dos destaques dentre os lançamentos daquele ano:
SOBRE MENINOS E LOBOS: a sedução dos contos de Nilton Resende
Dois contos do livro foram traduzidos para línguas estrangeiras e publicados em periódicos:
“A ceia” — em espanhol no primeiro número da Machado de Assis Magazine, editada pela Biblioteca Nacional para divulgar a literatura brasileira na Feira de Frankfurt (“La cena”, trad. de Pablo Cardellino Soto, 2012); em francês na revista D-Fiction (“Le repas”, trad. de Stéphane Chao, 2018); em inglês na revista Bookanista (“The supper”, trad. de Kim M. Hastings, 2019);
“A fresta” — em inglês na Litro Magazine, revista literária distribuída no metrô londrino (“The crack”, trad. de Alison Entrekin, 2012).
Na publicação de “A ceia” na Bookanista, foi feita uma entrevista com o autor. Ela pode ser lida em inglês ou em português.